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Mostrando postagens de dezembro, 2015

Pioneirismo Dantesco

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O Regresso é um filme que consolida esta que eu chamo de a 2ª Fase da obra de Alejandro González Iñárritu. Em seus 3 primeiros filmes, o diretor, em parceria com o roteirista Guillermo Arriaga, se caracterizava por realizar filmes cuja temática e narrativa centravam em torno de histórias aparentemente deconexas, cujo elo se dava a partir de um evento trágico: um acidente automobilístico em Amores Brutos e 21 Gramas, e uma "bala perdida'' que alveja uma turista em um ônibus, no caso de Babel. Poder-se-ia dizer que Iñarritu assumia-se como um maestro do caos. A partir de Biutiful, no entando, o diretor inicia uma mudança de foco e de estilo - marcando também o início do rompimento da parceria com Arriaga. Em sua 2ª Fase, composta até aqui por 3 filmes (o já citado Biutiful, o premiado Birdman e este The Revenant), o diretor passa a narrar histórias de homens determinados à "dar a volta por cima'', por assim dizer, em suas vidas. Se em Biutiful tínhamos

Essa é pra comer. Essa é pra casar.

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Enquanto assistia ao filme, procurava alguma explicação para o estranho e ousado título "A Mãe e a Puta" e confesso que ele foi um dos atrativos que me levaram a procurara o filme e assisti-lo. E essa frase tão comum no meio machista talvez ajude a entender a escolha do autor pelo nome de sua obra. O filme narra as desventuras de Alexandre, um homem parisiense que se torna pivô de um triangulo amoroso com duas belas, complexas e fascinantes mulheres. Mas Alexandre é um anti-herói pelo qual o expectador dificilmente nutrirá simpatia ou admiração: ele é imaturo, inseguro, mentiroso, fútil, egocêntrico e mimado. "Não gosto de dignidade. Minha única dignidade é minha covardia", ele diz a certa altura do filme. E machista: incapaz de lavar os copos que suja, quando interpelado por Maria (que praticamente o sustenta, com uma mãe solteira) se gaba de tê-los lavado um vez, há tempos atrás; admite que as parades do apartamento que divide com Maria tem marcas de sangue da

Mater Dei & Curry

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O filme merece ser visto por ser uma fascinante saga indiana de uma mulher para sobreviver e criar seus filhos apesar de todas as adversidades. Se, disso que eu disse, tirarmos a parte dos filhos, poderíamos facilmente dizer que minha frase se refere ao clássico Hollywoodiano E o Vento Levou... (1939). Porém, apesar de história comovente e da atuação cheia de verdade da protagonista Nargis interpretando Radha, o filme possui defeitos muito sólidos, que acabam influindo negativamente no resultado final e prejudicando a fruição da obra. O céu cenográfico usado em algumas cenas, por exemplo, é um desses defeitos. A atuação de Sunil Dutt como o filho Birju na idade adulta, ao meu ver, é o maior deles. O trabalho do ator é caricato, forçado, exagerado e, mesmo que se afirme que isso seja característico da dramaturgia indiana ou que o trabalho dos demais atores também o sejam, o notório o quanto o desempenho dele destoa negativamente dos demais. Além disso, a maquiagem excessivame